O ESTADO LAICO
Uma das coisas mais positivas que a Revolução Francesa deu ao mundo e que continua em vigor até hoje foi a separação entre Estado e Igreja, uma relação conturbada na nossa cultura judaico/cristã que sempre criou problemas para os dois lados. Basta lembrar o triste episódio da Inquisição, onde razões de caráter político desencadearam uma perseguição religiosa que levou milhares de pessoas à fogueira e atrasou o estudo das ciências exatas por séculos, manietadas pelo jugo da Igreja.
O que se vê atualmente é que essa barreira entre Estado e Religião começa a ser minada pela quantidade de padres e pastores que vêem na carreira política uma continuação do púlpito e com isso amealham votos suficientes para exercer o poder. A rigor não existe impedimento para que um sacerdote ou um ministro protestante se candidatem a cargos eletivos, mas é preciso sempre ter em mente que esses candidatos levam a vantagem de toda uma força interior que as religiões carregam.
O Brasil ainda se lembra do Padre Cícero Romão e seu assecla Floro Bartolomeu que mandaram na política cearense por décadas seguidas, não por talento para a administração, mas por puro misticismo que levou o padre a ser mais poderoso que o próprio governador do Estado e nomear ou destronar prefeitos ao seu bel-prazer. Se acontece isso na Igreja Católica, por outro lado os evangélicos usam seu poder de fogo financeiro e suas ramificações na mídia para vôos cada vez mais altos.
Não há como pensar num Estado laico onde se lê a Bíblia antes de cada sessão do Congresso e se inicia os trabalhos “em nome de Deus”. O Brasil não é católico, não é evangélico, não é espírita nem umbandista. Pelo menos, conceitualmente somos uma República onde a religião não deveria interferir no poder temporal nem ser por ele cerceada, mas a cada dia que se passa vemos o aumento das bancadas clericais, cada qual apostando em sua doutrina para conseguir votos na Terra e graças nos Céus.
Não sei se o final desse tumultuado processo e dessa relação estranha vai ser bom. Nunca o foi. Sempre que a religião assumiu o poder o que se viu foi muita intolerância, muito radicalismo, pouca liberdade e poucas possibilidades de escolha. Ainda é tempo de se deter esse avanço das bancadas religiosas, estabelecendo-se a conveniente divisão entre Estado e Religião, diferenciando o que é de César e o que é de Deus.
2 comentários:
tem duas mulheres vendendo um livro que nem foi editado ,elas obrigam as pessoas pagarem antecipado no valor de 25,00 reais.
são pessoas conhecidas por nome de;
IARA RODRIGUES, FATIMA DUARTE.
AGRADEÇO A ATENÇÃO
Primeiro devemos ver a história da igreja à luz de cada tempo. A igreja detinha o poder, pois Deus é o nosso rei, os governantes se submetiam porque a religião é importante. Se nós colocassemos Deus antes de tudo, não haveria tanta desigualdade. Não julgue a igreja sem conhecer a história, isso sim é "política do pão e circo".
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